Fonte: Brasil Econômico, 14/07/2010 (Págs.24-25)
Companhia inicia no ano que vem a rota Rio-Roma e amplia a operação local com central de vendas no Sul e call center em BH
Reportagem: Ana Paula Machado
Após um ano e meio desde que foi reestruturada, a companhia aérea Alitalia tem planos de aumentar a sua presença no mundo e o Brasil é um dos destinos escolhidos para a expansão. O diretor regional para a América Central e do Sul, Alessandro Innocenzi, afirmou que no próximo ano a companhia vai inaugurar mais um voo para a Itália partindo do Rio de Janeiro.
“No próximo ano vamos comemorar o Ano da Itália no Brasil e dentro das festividades lançaremos o novo voo, já que o Brasil é um dos países em que temos uma estratégia bem definida”, disse Innocenzi.
A Alitalia está na fase final do estudo de viabilidade que determinará quantas frequências serão operadas entre Rio e Roma. “Se há um lugar no mundo onde o posicionamento da marca é importante é a América Latina, e o Brasil é o país de maior representatividade.” Na América do Sul, a Alitalia mantém também frequência diária entre Buenos Aires e Roma e outra a partir de Caracas.
Hoje, a Alitalia opera somente uma rota entre Brasil e Itália partindo de São Paulo. “Ainda é uma operação reduzida frente ao potencial do país. O bom momento econômico pelo qual o Brasil vive atrai muitas empresas e queremos também fazer parte dessa expansão”, afirma o executivo.
Segundo ele, neste ano a empresa deverá transportar na rota São Paulo-Roma 150 mil passageiros. No ano passado, cerca de 100 mil pessoas viajaram nos aviões da Alitalia na rota. “A força e a dimensão do mercado doméstico brasileiro são fatores que atraem mais estrangeiras para o país. Por isso, aqui é um dos mercados mais competitivos dentro da América Latina”, afirmou Innocenzi.
E para viabilizar o crescimento da operação no Brasil, o executivo acrescentou que a Alitalia vai abrir escritórios regionais para atender novos viajantes. “Hoje, a estrutura é bem enxuta aqui no Brasil. Temosum escritório central em São Paulo e estamos presentes também em Belo Horizonte. Agora será aberto um novo canal de vendas e atendimento na cidade de Porto Alegre, já que o Sul do país é uma região onde háque tem muitas empresas italianas.”
Além de aumentar o número de voos, a Alitalia vai reforçar suas operações no Brasil. A empresa, segundo Innocenzi, vai transferir neste mês o serviço de call center de Buenos Aires para Belo Horizonte. “A troca, além de ser uma necessidade da empresa em centralizar as operações da região no Brasil, estava prevista pois temos uma parceira que já realiza todo o serviço de call center na Europa, a Almaviva. Na Argentina trabalhávamos com outra empresa”, afirmou o executivo.
Segundo Innocenzi, para atender a região o serviço de call center irá contar com cerca de 20 pessoas sendo que o mesmo número de funcionários para o atendimento somente do mercado brasileiro.
ROTAS NO BRASIL
Nordeste
A empresa poderá operar por compartilhamento de voo com a Air Italia rotas para o Nordeste.
EXCLUSIVIDADE
Aliança
A Alitalia pode firmar com a Gol acordo de code share, segundo o diretor Alessandro Innocenzi.
DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL
Parceria
A empresa tem acordos com a Gol e com a TAM para a distribuição de passageiros.
Reestruturação tentou manter força da marca
No plano de mudanças da companhia, foram preservadas as operações internacionais
Criada em 1947, a Alitalia foi durante muitos anos símbolo do desenvolvimento industrial da Itália, sua companhia de bandeira. Em 2008, a empresa sofreu uma reestruturação que a fez ressurgir com uma composição bem mais enxuta daquela ostentada nos tempos áureos da empresa.
O diretor regional para a América do Sul e Central, Alessandro Innocenzi, conta que o processo só foi possível pelo empenho do primeiro ministro da Itália, Silvio Berlusconi. “Ele entendeu que a Itália não podia perder a sua empresa de bandeira, pois é um país que está entre as dez maiores economias do mundo e aviação é um setor importante para o país.”
Com essa visão, contou o executivo, Berlusconi convocou um grupo de empresários italianos para salvar a Alitalia da bancarrota. A companhia foi adquirida por esses empresários, reunidos sob a sigla Companhia Aérea Italiana (CAI).
Ao todo, 49,9% das ações da companhia pertenciam ao Estado italiano, que assumiu os prejuízos acumulados ao longo dos últimos 15 anos após o fracasso de todos os projetos aventados para recuperá-la.
“Ficamos somente com a marca que é muito forte no mundo. Hoje, temos 17 investidores, sendo que somente um é uma companhia aérea, a AirFrance-KLM, que comprou uma participação de 25% do capital da CAI”, disse Innocenzi. O valor desta operação, segundo informações da época, girou em torno de € 310 milhões.
Após passar por todo o processo, a nova Alitalia foi lançada ao mercado em versão mais enxuta, com cerca de 13 mil funcionários e 13 rotas internacionais, incluindo São Paulo, Buenos Aires e Caracas, e mantém uma frota de cerca de 156 aeronaves de médio e longo curso.
“O primeiro voo da nova companhia foi justamente para São Paulo. Em toda fase complicada pela qual passamos, mantivemos as operações internacionais justamente para manter a força da marca no mundo”, afirmou o executivo.
Além da entrada da AirFrance- KLM, a Alitalia também firmou parceira com a americana Delta Airlines para voos intercontinentais. “Isso somente foi possível pela boa performance nesse primeiro ano de operação. A rota Europa-América do Norte é uma das mais cobiçadas do mundo.”
Fusão com a doméstica AirOne
No processo de reestruturação, a Alitalia acabou por se unir à companhia aérea AirOne. Com isso, dentro da gestão da Companhia Aérea Italiana (CAI) existem duas marcas: a Alitalia e a AirOne, esta mais voltada ao mercado doméstico e em rotas da Europa. A AirOne opera no conceito “smart carrie” (segmento médio, entre as empresas tradicionais e as de baixo custo).
Qualcuno lo traduca che a me nun me va
